“Vale mais o pouco que
tem o justo do que as riquezas de muitos ímpios” (Salmos 37:16).
Uma das coisas que mais intrigam a mente de uma pessoa que
deseja a restauração familiar é observar os constantes sofrimentos pelos quais
ela passa e a felicidade e prosperidade material alcançadas pelo cônjuge
oprimido, impiedoso, entregue absolutamente ao pecado do adultério.
Antes, vamos conceituar, à luz da Palavra de DEUS, o que é
um justo e um ímpio. Justo é toda pessoa que pratica a justiça de DEUS, que foi
transformada pelo Espírito Santo, que se aparta dos maus caminhos e vive uma
vida de sanidade, em obediência a DEUS. Ela está muito além de placas
denominacionais porque sabe que é membro do corpo de CRISTO, de Sua igreja aqui
na terra. Já o ímpio toma uma posição exatamente contrária: busca, a todo
custo, a própria felicidade pessoal, transgride a todo tempo os ensinamentos e
conselhos de DEUS; é religioso, possui um coração duro, orgulhoso, cheio de
soberba e impiedade, ou seja, sem misericórdia e sem capacidade de perdoar.
Justos e ímpios vivem em vias diferentes. O justo é um santo, que anda em
direção ao reino de DEUS, pois se preocupa com a salvação da alma. O ímpio, nas
veredas da injustiça, segundo os conselhos do mundo.
Refletindo sobre
esses dois conceitos distintos, vamos analisar agora o que significa prosperar.
Segundo o dicionarista Aurélio, “prosperar é tornar-se próspero, ir em aumento,
progredir, desenvolver-se”. A Bíblia afirma que tanto os justos como os ímpios
irão prosperar. A prosperidade dos justos vem mediante aquilo que o SENHOR
acrescenta em sua vida, por ele (o justo) ter colocado o reino de DEUS como
prioridade de vida: “Buscai o reino de Deus e a sua justiça (torne-se justo) e
todas as outras coisas vos serão acrescentadas (e se tornará próspero)” (Mateus
6:33) (grifo meu). O fruto que nasce na alma de quem prospera com DEUS é a
alegria. A prosperidade dos ímpios surge, unicamente, do seu esforço humano,
fruto de suas preocupações com o futuro e com o dia seguinte, da sua força em
querer, a qualquer custo, conquistar determinado objetivo. Esse aparente bem é
facilitado pela força do mal. O diabo oferece caminhos, oportunidades,
sugestões, para que o ímpio torne-se cada vez mais ímpio, cativo dessa sua
individualidade, desse seu egoísmo. O resultado que nasce no coração ímpio de
quem prospera é a felicidade pessoal. Há uma grande diferença entre ser alegre
no SENHOR DEUS e estar feliz no mundo. A alegria como fruto do Espírito Santo é
permanente na alma de quem busca a DEUS diariamente. Um justo, por caminhar na
contramão do mundo, passa por grandes dificuldades e aflições, mas nem a Paz
(quem vem de DEUS) nem a Alegria (que é fruto do Seu Santo Espírito) se apartam
da vida do justo, mesmo em meio a grandes lutas. Já a felicidade dos ímpios é
algo muito passageiro, temporário, movida por algo que está se vivendo naquele
determinado momento. É uma sensação de bem-estar, que aprisiona mais o
indivíduo no pecado. O justo prospera para deleite de sua alma e para louvor do
Nome de DEUS. O ímpio prospera para a sua satisfação carnal.
Você certamente já assistiu a muitos ímpios prosperarem em
seus negócios, tornarem-se ricos, bem posicionados socialmente, felizes,
procurando apenas o que apraz a alma deles, e se perguntou: POR QUE ISSO
ACONTECE COM ELE E NÃO COMIGO?
A Palavra de DEUS
afirma que “o caminho dos ímpios perecerá” (Salmos 1:6). Afirma também que o
SENHOR os colocou em “lugares escorregadios” e que os lançará “em destruição”
(Salmos 73:18). Davi escreveu: “O Senhor é conhecido pelo juízo que fez;
enlaçado foi o ímpio nas obras de suas mãos. Os ímpios serão lançados no
inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus” (Salmos 9:16-17).
A maior tristeza é ver um justo com inveja da prosperidade
do ímpio, querendo se comparar a ele. Um justo, que sofre por amor à Palavra,
mas que inveja um ímpio feliz em seus pecados, começa daí a perder a presença
de DEUS na vida dele (do justo). Os justos são verdadeiramente ricos porque
recebem todas as riquezas de DEUS: primeiramente espirituais, depois materiais.
A prosperidade do justo vem conforme ele vai buscando a DEUS, servindo-O,
fazendo a obra para o Seu Reino. Nenhum justo verdadeiro busca o SENHOR apenas
por aquilo que ELE pode fazer em sua vida, pelas coisas acrescentadas. Isso
seria interesse carnal, diabólico. Os justos buscam a DEUS pelo que ELE é, pela
salvação da alma, desejosos em ser luz desse mundo e herdeiros da glória de
DEUS. Todas as bênçãos surgirão naturalmente. A Bíblia diz que os ímpios trabalharão
para fartar os justos em suas casas: “Porque ao homem que é bom diante dEle,
Deus dá sabedoria, conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que
ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus (…)” (Eclesiastes
2:26). Paulo conhecia bem quem O abençoava: “O meu Deus, segundo as suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”
(Filipenses 4:19).
Não tenha inveja da prosperidade de nenhum ímpio. Ter inveja
do ímpio é querer estar no lugar dele (caminhos de morte): “há caminho que ao
homem parece direito, mas o fim dele são caminhos de morte” (Provérbios 14:12;
16:25). Davi aconselhou: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas
inveja dos que praticam a iniquidade. Porque cedo serão ceifados como a erva, e
murcharão como a verdura. Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e
verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e te concederá
os desejos do teu coração” (Salmos 37:1-4). Quanto aos ímpios, sobre eles “fará
chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; eis a porção do seu copo”
(Salmos 11:6). Davi clamou ao SENHOR: “não me arremesses com os ímpios e com os
que praticam a iniquidade; que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no
coração” (Salmos 28:3). Esse texto me fez lembrar de uma mulher no interior da
Paraíba, que se dizia cristã e a todos na rua cumprimentava com a “Paz do
SENHOR”, mas quando entrava em sua casa, tratava mal os filhos, chamava nomes
sujos e feios e ouvia músicas do mundo. Assim há ímpios que pensam ser justos,
vivem dentro da congregação, mas com a vida presa ao adultério e outros tipos
de pecado. Querem ser corpo de CRISTO e escravos das concupiscências ao mesmo
tempo. Davi nos alertou que esses também vão nos desejar a paz. No Salmo 73,
Asaph diz que quase os seus pés se desviaram do caminho da salvação, “pois eu
tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. (…) Eis que estes
ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas. Na verdade que em vão tenho
purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia
tenho sido afligido, e castigado cada manhã.” (versículos 3,12-14). Ao final
ele conclui: “A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza
do meu coração, e a minha porção para sempre. Pois eis que os que se alongam de
ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti. Mas, para
mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para
anunciar todas as tuas obras” (Salmo 73:26-28).
O fim dos justos e dos impiedosos já está descrito em toda a
Palavra de DEUS: promessa de salvação e bênçãos para os Seus filhos, os que
perseveraram até o fim; destruição e morte para os ímpios. “Pois os braços dos
ímpios se quebrarão, mas o SENHOR sustém os justos. (…) Mas os ímpios
perecerão, e os inimigos do SENHOR serão como a gordura dos cordeiros;
desaparecerão e em fumaça se desfarão. (…) O SENHOR ama o juízo e não desampara
os seus santos; eles são preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios
será desarraigada” (Salmos 37:17, 20 e 28). Salomão atestou: “Porque o desvio
dos simples os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá” (Provérbios
1:32). Ele também escreveu: “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do
que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Provérbios 28:6). O autor
aos Hebreus diz que DEUS é o galardoador dos que NELE buscam.
Nosso DEUS é DEUS de justiça e ELE nunca desamparará nem a
mim nem a você, que temos procurado agradá-LO com a vida que ELE nos deu. Por
isso, aconselho sempre ao justo se desvincular totalmente do cônjuge ímpio;
apenas apresentá-lo em suas orações e esperar pacientemente pela resposta final
do SENHOR. Nós, que somos justificados pelo Sangue de JESUS e que andamos em
santidade e obediência à Palavra, somos como “a árvore plantada junto a
ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não
cairão, e tudo quanto fizer prosperar” (Salmos 1:3).
ESTUDO ELABORADO PELO PASTOR FERNANDO CÉSAR
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